O Terno de agente Secreto e o atendimento ao cliente

Ontem à noite tive o prazer de assistir um filme de aventura tendo como excelente companhia minha esposa e meus 4 filhos um empolgante filme com o agente secreto denominado Kingsman. Ação, aventura, comédia e efeitos especiais encantadores, com certeza nos divertimos bastante. Como sempre ocorre com os agentes secretos ingleses eles estão sempre muito bem vestidos alinhados usando ternos sob medida com caimento perfeito e elegância total. Admito que fiquei empolgado de verdade e embora tenha ternos fiquei desejando um de agente secreto. Hoje de manhã estava dirigindo pelo centro da cidade que ainda estava vazio pois era cedo quando reparei que estava passando em frente há uma alfaiataria (loja que confecciona roupas masculinas sob medida) passei reto, porém lembrei do filme e não pude conter minha vontade; contornei o quarteirão procurando uma vaga para estacionar e fui até a loja. Era de manhã cedo 7h30 e a alfaiataria já estava aberta, diferente da maioria dos demais comércios, o que me deixou animado pois teria tempo para tirar as medidas e conversar a respeito do corte, justinho, do tecido a ser utilizado e de como eu ficaria bem  vestido de agente secreto inglês.

Ao entrar pude perceber as máquinas de costuras ao lado direito, placa com lista de serviços que a loja fornece e o alfaiate de pé vestindo roupa social, mas não era terno, porém bem alinhado. Trocamos um aperto de mãos firme e fui direto ao ponto, queria um terno sob medida. O olhar que o alfaiate me deu me fez parecer que tinha solicitado ao padeiro que fizesse um terno para mim, ele me olhou com espanto e disse que não compensava, que eu deveria procurar um terno pronto, que era o que todos estavam fazendo e que eu deveria fazer o mesmo, ou seja, não encomendar um terno sob medida. Foi um balde de água fria, toda expectativa, toda vontade que me estava motivando foi abalada pela postura do alfaiate. Antes que meu espanto passasse, eis que vem de dentro da loja uma senhora (provável esposa do alfaiate) e antes que pudesse dizer bom dia, ela reforçou o discurso dizendo que ele até tinha competência para confeccionar um terno sob medida, mas que não compensava encomendar, que eu deveria comprar um pronto. A maior incoerência nisso tudo é que, eles não me ofereceram um terno pronto, eu não pude ver nenhum terno pronto exposto e a venda na alfaiataria. Indignado, porém sem demonstrar muito, questionei sobre o valor médio de um terno pronto, eis que me foi dito de bate pronto pelo alfaiate, logo em seguida questionei o valor de um terno confeccionado por ele sob medida; preparem-se pois, meu espanto foi maior ainda quando ele me disse o valor, pois a diferença não chegava nem há 20%. Com o ânimo abatido e o desejo de encomendar um terno frustrado, agradeci a atenção e sai da alfaiataria.

Como esses filmes sempre vem em série, quem sabe eu me empolgue novamente quando assistir ao próximo, ou quando for a Londres e passar em frente a uma alfaiataria clássica como a que tinha no filme, assim, talvez consiga, pelo menos, um terno sob medida de agente secreto inglês.

Por: Luciano A. Serrano

História do rádio como meio de comunicação

A patente da invenção do rádio está devidamente creditada ao italiano Gugliermo Marconi, em 1896, quando após pesquisas sobre indução eletromagnética (Faraday, 1831) e ondas eletromagnéticas (Hertz, 1888), ele reuniu diversos equipamentos para transmissão e recepção de sinais através do espaço, algo que só era possível fazer através de fios.

A bem da verdade, em 1894, o Padre Roberto Landell de Moura (1861-1928), gaúcho, inventou um aparelho que transmitia a voz ou telegrafia sem uso de fios. No dia 3 de junho de 1900, ele reuniu a imprensa e autoridades para demonstrar, publicamente, o mesmo experimento científico: transmitiu a voz humana a uma distância de 8 km, do alto do Santana até a Avenida Paulista, sem auxílio de fios, apenas por ondas eletromagnéticas. O feito foi publicado, mas somente em 1904, Landell de Moura foi aos Estados Unidos e patenteou suas invenções. E, imaginem, ele já previa o telefone sem fio e a televisão!

Mesmo assim, considera-se que a voz humana foi transmitida por rádio pela primeira vez na véspera de Natal de 1906, pelo engenheiro canadense Reginald Fessenden. Teria sido a transmissão de um “Concerto de Natal” para os tripulantes dos navios da United Fruit Company que cruzavam o Oceano Atlântico e o Mar do Caribe. Era um avanço fantástico para a época e rapidamente se difundiu entre as frotas marítimas. Há registros de que, em 1909, cerca de 1.500 pessoas foram salvas de um naufrágio, enviando pedidos de socorro por essa “nova” forma de comunicação.

Assim como Santos Dumont não foi reconhecido mundialmente como o “Pai da Aviação”, o Padre Roberto Landell de Moura também não foi reconhecido como o “Inventor do Rádio”. Mas é bom que os brasileiros reconheçam nossos gênios e heróis.