9 de jan. de 2006

E quem gosta de ir ao dentista?!



E quem gosta de ir ao dentista?!

Estava realizando um trabalho no estado do Mato Grosso, mas precisamente na cidade de Várzea Grande, juntinha de Cuiabá, quando senti uma preocupante e insistente Dor de Dente! Como iria ficar alguns meses nesse estado me preocupei em aproveitar a infra-estrutura da cidade grande para ir ao odontologista solucionar esse grande inconveniente. Após receber uma indicação de confiança, agendei a consulta. Fui para Cuiabá e chegando ao consultório, bonito e agradável, aguardei alguns minutos até ser atendido. Já era fim de tarde e o calor era intenso (como sempre é em Cuiabá) e o ar-condicionado da recepção não estava funcionando. Chegou a minha vez de ser atendido e pude perceber que a dentista tinha pouco tempo de experiência, por ser jovem. Esse momento da primeira consulta é um grande dilema: De um lado está a dor física, de outro a dor financeira e de outro a dúvida com relação à competência do profissional. Dilema a parte a dentista demonstrou ter bons conhecimentos sobre o ramo e com muita paciência me explicou tim tim por tim tim o que se passava com meus dentes antes de fornecer os valores do orçamento (que após priorizar o mais urgente e negociar um desconto ficou em R$150,00). Marcamos para realizar o tratamento todo durante a manhã seguinte, (passei longas 04 horas de boca aberta).
Durante o tratamento fiquei pensando em todas às vezes, e não foram poucas, que fui ao dentista. Já passei boas horas, ou melhor, péssimas horas deitado a disposição desses profissionais. Desde criança tenho freqüentado consultórios odontológicos, apesar de cuidar razoavelmente bem dos dentes, tenho o que chamo de baixa resistência dentária (não sei se existe esse termo) e a qualquer descuido meu surgi uma maligna e maquiavélica cárie. Talvez você possa achar que estou exagerando, mas quando se trata de dor de dente, ou qualquer outra área relacionada com a boca qualquer coisa que acontece, por mais ínfima que seja, parece ter o tamanho de um bonde.
Após vários minutos garimpando a cárie no meu dente a dentista comenta que se tiver que cavar um pouco mais terá que tratar o canal do dente. Pronto, esse comentário bastou para que contraísse todos os músculos do meu como, pois apesar de nunca ter tratado um canal de dente já recebi diversos depoimentos suficientes para saber que não queria passar por essa situação. Após alguns minutos, que pareceram horas, fui tranqüilizado com a notícia de que não seria necessário tratar o canal do dente.
Concluído o tratamento quitei o meu débito com a profissional e solicitei uma nota fiscal, como costumo fazer sempre, e para NÃO supresa minha a dentista disse que não tinha na hora, que depois se fosse realmente necessário, se fosse utilizar na declaração de imposto de renda (discurso muito comum nesse ramo o que me leva a pensar que os professores das faculdades de odontologia ensinam a seus alunos) era só pegar com ela depois e ao invés disso me forneceu um recibo. Fui embora sem dor no dente mas com o bolso dolorido e crendo que não teria que passar por aquilo tão cedo.
Um mês após o fato ter ocorrido percebi que outro dente, o 3º. Molar inferior esquerdo (Vulgo ciso), que já estava cariado, estava quebrando. Pronto bateu o desespero dentro de meu peito e de minha carteira e percebi que seria inevitável recorrer aos serviços de um odontologista. O fato é que eu estava seguindo para uma cidade com pouquíssima estrutura e que definitivamente não trataria desse dente lá. Parei numa cidade com certa estrutura e procurei um profissional da área. Após algumas indicações consegui marcar uma consulta e a sentença foi dada, o dente deve ser extraído. Por um lado pensei que seria um dente a menos para cariar (tendo em vista que esse era o que mais tinha sido cariado por ficar escondido pela bochecha), por outro tinha o fator sentimental pois sempre tive orgulho em falar aos quatro ventos que possuía todos os dentes na boca, incluindo os 04 cisos. Desfiz-me desse orgulho besta e apesar de ter que desembolsar outro tanto de reais, decidi encarar o desafio.
Sempre que vou a um dentista evito ao máximo o uso de anestesia, não sei bem explicar o porquê dessa atitude, mas dessa vez teria que ser diferente. Demorou apenas 20 minutos e várias injeções de anestesia, mas parecia que estavam tentando arrancar a minha mandíbula, é um procedimento um tanto quanto radical e não deve ter mudado muito quanto à forma de ser realizado, apesar de a anestesia ser uma evolução muito importante, significativa (li que bem antigamente, na época de Tiradentes, para aliviar a dor durante a extração de um dente o paciente era embriagado com cachaça) e fundamental para o conforto do paciente e do dentista, pois esse não precisa se preocupar tanto em atuar da forma menos dolorida. Quando terminou procurei o dente extraído, que já estava no lixo (senti certa indiferença em relação ao dente por parte do dentista), o guardo comigo até hoje, pelo menos ainda posso falar que tenho todos os dentes (mesmo que não seja na boca).

Uma crônica de Luis Fernando Veríssimo


Aprenda a chamar a polícia....

Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa era muitosegura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente. Liguei baixinho para a polícia informei a situação e o meu endereço. Perguntaram-me se o ladrão estava armado ouse já estava no interior da casa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível. Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma:
- Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!
Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate , uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo. Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia. No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:- Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão. Eu respondi:- Pensei que tivesse dito que não havia ninguémdisponível.
Luís Fernando Veríssimo

O tio Tonico

Meu tio Tonico estava bem de saúde,até que sua esposa, minha tia Marocas, disse: -Tonico, você vai fazer 70 anos, está na hora de fazer um ...